quarta-feira, 28 de julho de 2010

Conjugação Verbal: ninguém é perfeito

O mestre na sombra

EXISTE UMA certa unanimidade sobre a importância do estado de ânimo e da personalidade do professor na facilitação do processo de aprendizagem na sala de aula.
Creio que todos concordam com a ideia de que a atividade do professor precisa ser bem paga. Claro.
Parece existir, também, uma correlação clara entre salário e eficiência. Tem sido dado grande destaque à questão salarial, mas isso não parece ser suficiente.
Além do salário, o reconhecimento da pessoa do mestre por parte da comunidade é muito importante.
Se ele sair da sombra, se for conhecido, isso alavancará a sua autoestima, sem a qual o entusiasmo inexiste.
Vivemos em uma época em que todo mundo - professor inclusive - gostaria de sair da sombra e do anonimato, pelo menos entre seus pares.
Professor é a profissão onde o entusiasmo é indispensável. A fé na importância da tarefa que ele desempenha depende de reconhecimento e de uma certa notoriedade, talvez mais do que entre outros profissionais.
O mestre precisa do olhar de apreciação, não só de seus alunos. Isto é, precisa ser aceito, mas depende disso a aceitação de sua mensagem.
Há muitas décadas, o professor era muito importante. Ser reconhecido e cumprimentado por um alimentava a vaidade da pessoa. Valia a pena conhecer professores.
A velha imagem da maçã na mesa do professor desapareceu. Ele já não é mais tão homenageado como antes.
Uma ou outra família ainda se esforça para agradá-lo. Será ainda uma honra receber uma visita de professor? É uma honra ele aparecer em um aniversário?
A minha proposta é que se anexem aos programas de valorização do professor projetos de especialistas em construção de imagem, marketing pessoal - por que não?
Esses especialistas poderão tirar os mestres da sombra. Só a título de exemplo: poderíamos criar concursos de redação, de poesia, realizar passeios e excursões, congressos municipais ou regionais, tudo com alta visibilidade, repercussão na mídia.
A ideia é tirar o professor de um lugar que ficou pequeno e redimensioná-lo como alguém que se diverte, que troca informações e compartilha conhecimento. Saberemos, assim, quem são, e eles se sentirão acompanhados.
A condição do professor é muito especial: tem que despertar curiosidade, entusiasmo, fé, não só no conteúdo mas também na forma de aplicar o conteúdo.
O magistério bem visto e admirado até facilitaria às autoridades conceder aumentos salariais.
A profissão de ensinar depende do sorriso de satisfação do professor. Hoje, no século 21, ser reconhecido é ser visto, é ser notado. Um professor do ensino fundamental é o menos valorizado pela mídia e, consequentemente, pela sociedade.
Gostaria de ver eventos de professores na TV, justamente aqueles que são tão criticados como responsáveis - os "que não dão conta".
Vamos mostrar que nós os apreciamos. Ser professor do ensino fundamental não é apenas ensinar a ler, contar e escrever. O professor fica sozinho com a tarefa de ensinar a fazer "benfeito". É com ele que aprendemos ordem, aplicação e capricho. O professor é um modelo de "fazer".
Hoje, sem nota de ordem, sem nota de aplicação, tendo por modelo professores anônimos sem história, como podem eles gerar cidadãos eficientes? É na primeira infância que se aprende a fazer.
Além de reunião de pais com mestres, precisamos de mestres reconhecidos, para que possam fazer parte da história dos meus netos, como os meus professores fazem parte da minha história.

MAUTNER, Anna Verônica. O mestre na sombra. Folha de S. Paulo, São Paulo, 20 jul. 2010.
Tenho lido esse livro maravilhoso que é A sabedoria dos mitos gregos. O francês Luc Ferry, ex-ministro da Educação, é autor de outra obra fantástica que é Aprender a viver, um dos meus livros de cabeceira. Seu intuito é fazer-nos percerber que a mitologia grega procura mostrar a nós mortais os meios de dar sentido ao mundo circundante. A mitologia não considera o universo um "objeto a se conhecer", mas uma "realidade a se viver", ou seja, é o terreno de jogo de uma vida que dele encontrar seu lugar nele.

Adorei, no prólogo, a razão que ele dá para a feitura da obra:

"... parece-me crucial recolocar o frenesi das compras e da posse em seu divido lugar, na verdade secundário, fazendo nossos filhos compreenderem não se tratar da coisa mais importante da existência e que, de alguma maneira, é o que traça a meta principal da vida humana. para ajudá-los a resistir às pressões que se impõem e ajudar também a que as superem, com pelo menos algum distanciamento, é essencial - e talvez vital, se lembrarmos que a falta de droga pode ser fatal ao viciado - dotá-los, o mais rapidamente possível, dos elementos para um vida interior rica, profunda e duradoura. Para tanto, é preciso ser manter fiel ao princípio evocado, aquele segundo o qual quando mais a pessoa dispõe de valores culturais, morais e espirituais fortes, menos vulnerável está à necessidade de comprar por comprar e de zapear por zapear. Por conseguinte, estará menos vulnerável à insatisfação crônica que inevitavelmente nasce da multiplicação infinita dos desejos artificiais."

James Joyce

Tava aqui lendo sobre a vida de James Joyce (1882-1941), um dos gênios da prosa e um dos maiores romancistas do séx. XX, e me lembrei de um pub. Quando morava em Sampa, havia o Finnegans, pub da região de Pinheiros. Era uma referência ao livro Finnegans Wake (1939), do eminente autor irlandês. Assim como em vários pubs do mundo, o bar comemorava, todo 16 de junho, o Bloomsday, isto é, o dia em que Leonard Bloom, personagem de Ulisses (1922), perambula pelas ruas de Dublin.
Porém, o que me chamou a atenção foi outra coisa. Não sabia que os irlandeses comemoram também o "Dia de Lúcia" (26 de julho), aniversário da filha do escritor. Foi uma data criada para promover a conscientização sobre a esquizofrenia. Sim, Lúcia era esquizofrênia. Joyce, certa feita, disse sobre ela:

"Seja qual for o brilho ou o dom que possuo, ele foi transmitido para Lúcia e alimentou uma fogueira em seu cérebro".

Lúca era bailarina, aluna do irmão de Isadora Duncan, e teve um frustrado romance com Samuel Beckett, amigo de seu pai. Chegou a ser tratada pelo próprio Carl Jung que descreveu pai e filha como

"duas pessoas indo para o fundo de um rio, uma por ter caído e outra por ter mergulhado".
Achei fascinante essa observação do famoso psicanalista...

terça-feira, 20 de julho de 2010

O professor

Guardadas as devidas proporções e feitas as devidas adaptações, a história, por mais reacionária que pareça, diz muito sobre o ensino brasileiro:

Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira. Essa classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e "justo".
O professor então disse:
- Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Em vez de dinheiro, usaremos suas notas nas provas.
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e, portanto, seriam "justas". Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A".
Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos... Como um resultado, a segunda média das provas foi "D".
Ninguém gostou.
Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".
As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por "justiça" dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano... Para sua total surpresa.
O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.
 - Quando a recompensa é grande - ele disse - o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável.

A professora de Matemática

Relato de uma Professora de Matemática
Semana passada comprei um produto que custou R$15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.
Por que estou contando isso?
Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi mais ou menos assim:


Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo deprodução é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o lucro?

Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de  produção é R$80,00. Qual é o lucro?

Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. O lucro é de R$20,00.
Está certo?
( )SIM ( ) NÃO

Ensino de matemática em 2009:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Se você souber ler coloque um X no R$20,00.
( )R$20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

Em 2010, vai ser assim:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Se você souber ler coloque um X no R$20,00. (Se você é afrodescendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder)
( )R$20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

Há quem possa discordar, mas eu defendo a meritocracia no ensino.

domingo, 18 de julho de 2010

Triste realidade

Quantidade de livrarias no país é insuficiente, diz pesquisa

O número de livrarias no Brasil está abaixo do recomendado pela Unesco, apesar de ter crescido 10% nos últimos três anos, segundo levantamento da ANL (associação de livrarias).
Hoje, há uma livraria para cada 64 mil habitantes no país, no total de 2.980 lojas. O número indicado pela Unesco é de uma unidade para cada 10 mil habitantes.
A região mais bem servida é a Sul, seguida por Sudeste, Nordeste, Norte, Centro-Oeste e o Distrito Federal.
"As livrarias no Brasil não conseguem competir com as grandes redes, a internet e os supermercados, que vendem com valores muitos baixos", afirma Vitor Tavares, presidente da ANL.
Os dados são do Diagnóstico do Setor Livreiro de 2009, que será divulgado dia 27.

Folha de S. Paulo, 18/7/2010.

Elogio da Ignorância

O jornal Folha de S. Paulo publicou, neste domingo (18/7), algumas notícias que reforçam uma ideia que sempre tive a respeito do ensino no país. Todos os anos nós professores participamos de reuniões inúteis sobre como melhorar a situação dos colégios e fazer os alunos estudar. Discutem-se modos de avaliação, novas tecnologias, distribuição de notas e metodologias de ensino. Trata-se de cortina de fumaça que disfarça o essencial: é preciso premiar o bons e punir os maus alunos. Será tão difícil colocar isso em ação?

"O país não gosta de premiar os melhores e penalizar os piores"

Nathan Berkovits, 49, professor do Instituto de Física Teórica da Unesp, acha que um clima de mais competição entre os pós-graduandos faria bem para o país.
"O aluno americano sabe que vai ter de ser o melhor para conseguir emprego. Há muita pressão sobre ele, mas ele valoriza o estudo, se esforça", diz. "Não que todos os alunos brasileiros sejam relaxados, os melhores daqui são iguais aos melhores de lá. Mas, na maioria dos casos, a atitude é diferente."
Segundo ele, a prática de "premiar os melhores e penalizar os piores", que no Brasil ganhou o apelido de meritocracia, faria bem ao país.
"Entre todos os professores das federais, os salários são iguais, as horas-aula iguais. Não há uma maneira para diferenciar um pesquisador bom de um ruim."
Mesmo prezando essa tradição americana - foi aluno em Harvard, e nas universidades da Califórnia e de Chicago - Berkovitz acabou deixando os EUA. Ainda em sua terra natal, casou-se com uma brasileira. Veio conhecer o país, gostou e ficou, mesmo depois de divorciado.
"Brasileiro trata estrangeiro até melhor do que trata o próprio brasileiro", diz. Isso talvez seja fruto de uma síndrome de inferioridade, apesar de ter impressão que isso está mudando, diz o físico, que chegou ao em 1994. Naturalizado desde 2002, não se considera mais americano.
"O brasileiro acha estranho um estrangeiro querer morar aqui. Mas é um lugar bom para morar se você não é pobre, apesar da violência."
O físico se incomoda com o frio de São Paulo. "As casas aqui são construídas para o calor. Nos EUA você não sente frio dentro de casa."
Há onze anos, se casou com outra brasileira. Não pensa, por enquanto, em voltar. "Aqui não existe tanta pressão para fazer o que todo mundo está fazendo. Além disso, algumas coisas melhoraram muito, como o CNPq."
Ele acha que o Brasil não sabe atrair bons cientistas de fora - processos de contratação em português ainda atrapalham numa área onde o inglês já é língua franca.

"Quem gosta de estudar não é admirado no Brasil"

Guo Qiang Hai, 48, físico chinês que mora em São Carlos (SP) desde 1993, veio para o Brasil sem conhecer ninguém, atrás de uma bolsa na Universidade Federal de São Carlos. Desde 2003 é professor da USP. Adora o país, mas está preocupado.
Tem uma filha de um ano com uma brasileira e acha que as escolas que ela vai frequentar não são tão boas quanto as chinesas.
"Na China a escola é em tempo integral, o aluno sempre volta com tarefa. Se precisar, ele estuda no sábado."
Para Hai, a escola chinesa não é melhor apenas que a brasileira. Ele tem outra filha, que estudava na China até o ano passado. Com dificuldades em matemática, tinha um professor particular.
Quando a menina se mudou com a mãe (também chinesa) para a Austrália, se tornou a melhor da turma na matéria. "Todos falam para ela "nossa, como você é inteligente'", conta Hai, rindo.
"Além de o professor chinês ganhar bem, os alunos respeitam. Existe uma cultura que valoriza o conhecimento. Aqui não é bem assim. Na TV, parece que só se admira quem participou do Big Brother, tem dinheiro, é modelo. A sociedade não põe na cabeça das crianças que elas têm de estudar."
Isso se reflete na qualidade da pesquisa brasileira, diz Hai. Ainda assim, ele diz que a valorização da ciência tem melhorado: "Em São Paulo, não falta financiamento".
Para o pesquisador é estranho sofrer pouca cobrança. "O docente aqui é funcionário público, não tem tanta pressão como nos EUA ou na China. Aqui existem muitos que se dedicam dia e noite, mas quem não faz nada continua na universidade."
Existem problemas, mas é preciso ressaltar as qualidades do país, diz. "As pessoas são legais, é fácil fazer amizade. Eu gosto muito, gosto do clima. Só português eu achei meio complicado", brinca.
Hai acompanha com otimismo as notícias de seu país. "Quando saí da China para a Europa, em 1988, ela era bem fechada. Hoje mudou muito. Ainda não existem jornais particulares, a TV é estatal. Mas você pode falar com os seus amigos o que quiser. Não é que nem a gente vê na televisão aqui."
Diz se impressionar com o crescimento econômico chinês. "Todo mundo está querendo ficar rico. Deus é grana", brinca. "Se você tem dinheiro, faz o que quiser."

Morbidez?

Lendo um conto de Isaac Babel, encontrei meu epitáfio: "amante de livros e de coisas belas". Pode parecer mórbido, mas verdadeiro. É como gostaria de ser lembrado.

sábado, 10 de julho de 2010

Futebol


Há uma relação iniludível entre a religião e o desporto designado espetáculo desportivo. É que tanto a religião como o espetáculo desportivo não cessam de criar deuses. Não surpreende, por isso, que o futebol haja tomado o lugar da religião e tornou-se, hoje, um espaço que “religa” as pessoas por meio de novas crenças e de novos deuses. Pelé, Garrincha, Maradona, Cruyff, Eusébio, Platini, Zidane, Cristiano Ronaldo, Kaká, Figo, Leonel Messi etc. são os novos deuses de uma sociedade em que “Deus morreu”.
O segredo do sucesso do futebol reside no fato de, nele, não se usarem as mãos e bem pouco a linguagem e, sem as mãos e a linguagem, diminui a consciência, o espírito crítico e libertam-se os instintos mais primitivos. Qualquer exemplo acabado do senso comum discute futebol, julgando-se sábio, nessa matéria. É que, para falar de futebol, ninguém precisa pensar muito. Sem as mãos e a linguagem, o futebolista não ultrapassa níveis muito baixos de consciência.
A sua vida profissional é uma verdadeira exaltação dos sentidos. Como escreve Álvaro Magalhães, no seu livro História Natural do Futebol: “[...] o jogador de futebol, privado de consciência e carregado de instinto, ganha acesso à intensidade da vida pré-humana e experimenta a matéria de que éramos feitos, antes de sermos o animal evoluído que hoje somos”.

*SERGIO, Manuel. Futebol e religião. O Estado de S. Paulo.

*Filósofo português, é autor de 37 livros, entre eles o recente Filosofia do Futebol.