sexta-feira, 25 de abril de 2008

Uma gota de Dostoiévski

A respeito dos óculos óculos ridículos do velhinho feliz, narrado abaixo, lembrei-me de um momento d' Os irmãos Karamázov em que o protagonista, Aliócha, diz:

— E que é o ridículo? Sabe-se quantas vezes um homem é ou parece ridículo? Além do mais, atualmente, quase todas as pessoas que têm capacidade temem extremamente o ridículo, o que as torna infelizes. Admiro-me somente de que experimente você isso a tal ponto, se bem que o observe desde muito tempo e não unicamente em sua casa. Atual­mente, adolescentes estão atingidos por esse mal. É quase uma loucura. O diabo encarnou-se no amor-próprio, para apoderar-se da geração atual, sim, o diabo — insistiu Aliócha sem sorrir, como pensava Kólia, que o fixava. — Você é como todos — concluiu ele —, isto é, como mui­tos, somente não se deve ser como todos.

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