quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Utilidade

Em minhas aulas, sempre perguntava aos alunos sobre a utilidade da Literatura. Ora, por que tudo tem de servir para alguma coisa?! Trata-se de uma visão bem utilitarista, pragmática mesmo. Sinal dos nossos tempos capitalistas. A Literatura existe porque é bela, porque encanta, fascina, ensina a viver e a ler o mundo, ué. E isso já é muita coisa!
Foi do que me lembrei ao ler um muito bem escrito perfil de um matemático na revista piauí de janeiro. A certa altura, diz-se o seguinte:

"Para a maioria das pessoas, a utilidade da matemática parece óbvia: pontes, projeções econômicas, algoritmos de computador. Boa parte dos matemáticos acha essas aplicações desinterssantes. 'O que serve para a vida é banal e chato", disse Hardy, num livrinho clássico de 1940 intitulado Em defesa de um matemático. 'A matemática que pode ser usada para tarefas comuns pelo homem comum é desprezível, e aquele que serve aos economistas e sociólogos nem serviria como critério para conceder uma bolsa de estudos a um estudante de matemática", escreveu. "A verdadeira matemática dos verdadeiros matemáticos, a matemática de Fermat, Euler, Gauss, Abel e Riemann, é quase toda ela inútil."

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