“O senhor vê. Contei tudo. Agora estou aqui, quase barranqueiro. (...) Amável senhor me ouviu, minha ideia confirmou: que o Diabo não existe. Pois não? O senhor é um homem soberano, circunspecto. Amigos somos. Nonada. O diabo não há! É o que eu digo, se for... Existe é homem humano. Travessia.” João Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
domingo, 13 de julho de 2008
As frases e o silêncio
Trechinho de um conto do Tchekov (Inimigos), que li hoje de manhã ao caminhar:
De um modo geral, a frase, por bela e profunda que seja, impressiona só os indiferentes, mas nem sempre pode satisfazer aqueles que são felizes ou desgraçados; é por isso que a mais alta expressão da felicidade ou da infelicidade é quase sempre o silêncio; os enamorados se entendem melhor quando se cala, e o discurso ardente , apaixonado, proferido sobre uma sepultura, comove somente os estranhos, porém, à viúva e aos filhos do falecido ele parece frio e mesquinho.
Do tédio
Em certo ponto do romance O Vermelho e o Negro, de Stendhal, um dos personagens - o príncipe Korasoff - censura a tristeza do herói, Julien Sorel, explicando-lhe que
o ar triste não pode ser de bom tom; o que é necessário é o ar entediado. Se você está triste, há alguma coisa que lhe falta, alguma coisa que você não conseguiu. É mostrar-se inferior. Se você está entediado, ao contrário, o que é inferior é aquilo que em vão tentou agradá-lo.
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